Não mando em mim
Quem manda em mim não sou eu
São outros que não sabem que mandam e mim
E que nem sequer mandam neles
São outros que não se conhecem e não mandam nada,
Como eu...
Não sou eu quem manda em mim
Não são outros os que mandam neles
Mas mandam em mim sem saberem.
E pensam, como eu, que mandam neles próprios.
Mas, como eu, não sabem que nunca mandaram.
E participam, sem saberem, na tirania de mandarem nos outros.
E prendem-se, sem saberem, na escravidão do domínio alheio.
E fingem que são reis do seu reino
E actuam no seu palco de fantasia
Mas à coroa que eles obedecem
Mas a peça que cumprem em cena
Não são eles que a dirigem (se soubessem!)
Somos todos a cumprir a mesma pena!
Chicoteados pela força das obrigações,
Por mil tratados e outras tantas razões.
Forçados a seguir por aquele mesmo caminho
Postos à prova a cada momento.
Subjugados ao imposto,
Reféns da humanidade.
Ah! Quem dera romper as correntes!
Acabar com tudo e ser dono de mim!
É o que pensamos que somos sem sermos
É o que ignoramos que não vamos alcançar
Éa triste ilusão em que vivemos
Mas a mentira que nos deixa respirar.
terça-feira, dezembro 19, 2006
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