quinta-feira, março 30, 2006

Loucura

Caminha ao sabor do vento,
Sorri com árvores e pássaros,
Sendo quem não é no momento.
Seu prazer
É o de ser sem ser
Por não ter que serPara (de facto) ser.
E vive sem convenções nem tratados,
Sem jornais nem política...
E seu mundo, inteiro aos bocados,
É feito sem crítica.
E ao seu ritmo delirante,
Numa loucura permanente,
Num devaneio estonteante,
Um dito de quem o não sente.
É feliz porque vive como quer,
Sem Ciências nem Matemática,
Sem Filosofia nem História.
É louco, e o seu saber
É feito de tudo o que guarda na memória.
E revolve os princípios do princípio
E sonha com carros a voar
É cabo, sargento e general
Vence na guerra do seu pensar.
As palavras sem sentido aparente
São rasgos de genialidade
De um génio que, mesmo demente,
Transmite lúcida generosidade.
E quando os ignorantes o chamam louco
Sorri... (eles são tristes e presos)
E se são sábios... sabem tão pouco!

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